O dia 29 de fevereiro é especial na vida de Tucho, ex-atacante do Atlético. A data, que só acontece em anos bissextos, reservou algo inesquecível para ele: marcar três gols num clássico entre Atlético e Cruzeiro. Em 2004, o Alvinegro venceu o rival por 5 a 3, pelo Campeonato Mineiro. A façanha inédita para um jogador do Galo, dentro do Gigante da Pampulha, é motivo de orgulho para o ex-camisa 10.
“Isso ficou marcado, já se passaram 11 anos e ainda vêm falar comigo. Clássico mexe com todos. Foi o melhor momento da minha carreira e o melhor jogo da minha vida. Muita gente nem sabe, mas eu sou o único que marcou três gols pelo Atlético diante do Cruzeiro dentro do Mineirão. Lembram do Tardelli e do Obina, mas eles fizeram em outros estádios. Pelo lado do Cruzeiro, sei que Revétria, Fabio Júnior e Ronaldo Fenômeno fizeram três no Mineirão. É uma alegria imensa ser o único atleticano a conseguir isso na história do Mineirão”, disse ao Superesportes.
A observação de Tucho faz sentido. O atacante Obina, em 2010, marcou três sobre a Raposa no Parque do Sabiá, em Uberlândia. No ano seguinte, Diego Tardelli balançou as redes de Fábio em três oportunidades na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.
A lembrança do clássico vai além da memória. Tucho preserva o material usado no dia em que brilhou no Gigante da Pampulha.
“Guardei a chuteira daquele jogo, camisa, tudo que podia. O primeiro gol foi o mais bonito. O Dracena e o Maldonado caíram e eu completei para o gol”, recorda, sem esconder a satisfação por ter entrado na história do principal duelo de Minas Gerais.
Aposentadoria
Se viveu o auge no clássico de 2004, Tucho passou por outras realidades enquanto persistiu no mundo do futebol. O ex-meia encerrou a carreira em 2012, aos 32 anos, pelo Villa Nova, por uma combinação de lesões musculares e falta de outras propostas interessantes.
“Eu não tive lesão séria. Fui me desgastando com lesões musculares, principalmente no adutor. Isso deu muita dificuldade. Toda vez que eu sofria uma carga, doía bastante. Fiz pilates e acupuntura. Uma sequência de sete jogos já era suficiente para me lesionar. Precisava recomeçar sempre. Isso me desanimou. Quando eu saí do Villa, não vieram as propostas que eu queria. Treinei por três meses e depois desencantei, assumi que não dava mais”, revelou.
Nova Função
Depois que pendurou as chuteiras, Tucho partiu para um desafio na construção civil. Ao lado do sócio e ex-zagueiro Thiago Gosling, que é amigo de infância, ele investiu no erguimento de um prédio.
“Quando parei, eu construí um prédio. A construção foi num terreno no Bairro Nova Granada (região Oeste de Belo Horizonte). Eu sou sócio do Thiago Gosling. Somos amigos desde os seis anos de idade, nossos pais se conhecem há anos, e temos relacionamento de irmãos”.
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