Foto: Pedro Souza / Atlético

Pode ser que seja por algumas horas. Pode ser que dure até amanhã. Talvez perdure até o final da rodada. O fato é que a inquestionável vitória do Atlético Mineiro sobre o Cuiabá deixou o alvinegro na liderança momentânea do Brasileirão 2024. Um ótimo sinal. Independente da posição ao término da 4ª rodada, o que não mudará é a certeza de que o time está no caminho certo.

Se no futebol brasileiro existisse a eleição de jogador do mês, o nome certamente seria Gustavo Scarpa. Ninguém jogou mais bola do que ele por aqui em abril. Com o inteligente gol de falta marcado, chegou a seis gols e duas assistências nos últimos 27 dias. Uma sintonia perfeita com Gabriel Milito neste início de trabalho do treinador argentino.

EscalaçõesLuiz Fernando Iubel manteve a base da equipe que vem escalando no Brasileirão. Os três zagueiros com Bruno Alves entre Marllon e Alan Empereur. Dérik Lacerda, Isidro Pitta e Clayson no trio de frente. Deyverson segue sem ser relacionado.Já Gabriel Milito preservou Hulk da viagem para o Mato Grosso. Vargas o substituiu. Guilherme Arana, Jemerson e Battaglia iniciaram no banco de reservas. Alisson, Bruno Fuchs e Lemos receberam chance como titular. Gustavo Scarpa atuou pelo lado esquerdo.

Nem mesmo os mais de 30º do final de tarde cuiabano foram suficientes para fazer o Atlético negociar o intenso estilo ofensivo que passou a ter com Milito no comando. Repetiu os padrões já demonstrados nos últimos jogos e dominou totalmente os donos da casa antes do intervalo. Conseguiu a vantagem no placar no período.Vargas, que há quase um ano não marcava pelo clube, abriu o placar ao cabecear belo cruzamento de Paulinho. Vacilo de Marllon na jogada.

Este foi apenas um dos muitos ataques bem construídos pela equipe mineira. Tendo Alisson e Gustavo Scarpa abertos, ocupava o campo rival com perfeição.Vargas era o homem de referência. Paulinho encostava no chileno vindo da meia-direita, Zaracho fazia o mesmo a partir da meia-esquerda. Alan Franco infiltrava no meio dos dois. Muitas vezes um dos volantes do Cuiabá era atraído por Paulinho ou Zaracho, e Franco recebia nas costas de Sobral ou Denilson.

Além desta combinação, algumas outras encaixaram. As diagonais de Paulinho e Zaracho do meio para o lado, atacando o espaço nas costas dos alas quando Scarpa ou Alisson recebiam a bola era outro padrão. A rotatividade pelo centro do ataque quando Vargas saía da referência. Tudo com ritmo alto, circulação de bola eficaz. O Cuiabá não achava o combate. Fez só duas faltas antes do intervalo.

O domínio atleticano poderia ser convertido em mais vantagem no placar, mas o Cuiabá acumulou muitos jogadores na própria área em vários momentos, não permitindo brechas para tantas finalizações quanto o volume supunha. Além disso, Vargas teve um gol anulado por tocar o braço na bola, e um pênalti inicialmente marcado em Alisson foi cancelado após consulta ao VAR.Acuado, o time da casa conseguiu apenas um chute de perigo no 1º tempo, em batida de falta de Rikelme.

Foi uma das muitas infrações sofridas por Dérik antes do intervalo. Foi parado seis vezes em 53 minutos de 1ª etapa. Um precedente utilizado pelo Galo para brecar as tentativas de contragolpe do Dourado. Tinha intensidade para reagir rapidamente. E quando não desarmava, parava o jogo.

Uma adaptação feita por Milito para dar mais conforto a Scarpa pelo lado esquerdo, foi ter Otávio recompondo na última linha de defesa. Infiltrava entre os zagueiros em fase defensiva, diminuindo o espaço de cobertura entre os integrantes e aliviando o trabalho de Scarpa quando o Galo era atacado pelo outro lado.

O Cuiabá deu pouquíssimo trabalho. Fez ligações diretas para Pitta escorar na maioria das vezes, mas sem tanto efeito prático. O centroavante foi sacado no intervalo para a entrada do argentino Giménez no centro do ataque. O discreto Clayson também foi substituído por Eliel. Depois, Fernando Sobral saiu para a entrada de Lucas Fernandes. No Galo, Milito tirou o amarelado Lemos e colocou Igor Rabello.

A realidade do jogo não mudou. Desgastado pelo imenso trabalho de tentar conter os movimentos ofensivos do Galo, o Cuiabá acabou permitindo mais espaços em zonas de finalização, e o resultado ainda foi pouco perante a produção mineira. Vargas perdeu duas grandes chances antes da cobrança de falta magistral de Gustavo Scarpa por baixo da barreira.

Walter não conseguiu evitar o 2º gol.Já repleto de mexidas para dar ritmo a alguns jogadores que pouco vem atuando, o Atlético marcou o terceiro com Paulinho, de pênalti. Vargas e Pedrinho construíram a jogada. Chamou a atenção a incapacidade do Cuiabá de mostar o mínimo de poder de reação. Foi dominado de uma maneira difícil de acompanhar em partidas da Série A do Brasileirão. Alguns atletas estiveram em nivel baixíssimo.

Eliel certamente foi o jogador cuiabano que mais incomodou na 2ª etapa. Ele foi o responsável por roubar a bola que resultou na tola expulsão de Bruno Fuchs na reta final do jogo. Nem com um homem a mais por alguns minutos, o Dourado conseguiu fazer uma pressão forte em busca do gol de honra. Pratica o pior futebol deste início de competição.

*com informações do site GLOBO ESPORTE

27 de abril de 2024
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