A rivalidade entre Atlético e Cruzeiro é uma das maiores do futebol brasileiro. Clássico que para não só a cidade de Belo Horizonte, mas o estado de Minas Gerais inteiro, teve grandes momentos e histórias marcantes.
Uma dessas histórias, foi contada pela Revista Placar, no ano de 1982. Preocupados com a decadência do rival e com a possibilidade do fim da rivalidade, atleticanos fizeram uma campanha pra salvar o Cruzeiro, que na época, vivia uma crise.
Elias Kalil, pai do ex-presidente Alexandre Kalil, era o chefão do Galo. Na época, o mandatário atleticano disse que fosse preciso, ofereceria jogadores para fazer com que o rival não sumisse do mapa.
Se estiver ao alcance do Atlético, vamos ajudar o Cruzeiro. Nisso incluo até jogadores”
Outros atleticanos ilustres mantiveram o mesmo discurso. Se o Cruzeiro enfraquecer ou morrer, contra quem a Massa atleticana iria gritar “Galôôôô“? Contra Flamengo? Corinthians? São Paulo? A paíxão que move Minas era o clássico, é o campeonato mineiro, o duelo de bandeiras, de cantos.
Kafunga, comentarista da Rádio Itatiaia na época e ex-goleiro atleticano, se manisfestou.
É isso mesmo, o Cruzeiro não pode continuar como está.
Criador da Enciclopédia do Galo, Adelchi Ziller, também deixou o seu recado na época.
Se o Cruzeiro está mal, nós, os atleticanos, ficamos desolados.
Voltando ao Kafunga, o jornalista contrariou o presidente rival na época, que dizia que o patrimônio do Cruzeiro não o deixaria desaparecer.
“Patrimônio entra em campo? Se o presidente Felício não sair, o time dele sairá de todas as competições com aqueles cabeças de bagre que estão lá dentro. Mas bem que os mais fanáticos atleticanos torceriam para isto acontecer. Mas qual seria a graça sem o Cruzeiro? Que graça teria o nosso penta mineiro? Com o rival nessa situação, o jogo não daria uma boa renda, mesmo com o Atlético podendo ganhar de 6 a 0.
O ponta-esquerda Éder, mandou o recado: “Sem eles, a coisa perderia a graça”
“A motivação maior que nós temos aqui é vencer o Cruzeiro. Se eles enfraquecem, perde a graça.
Kalil se dispôs a ajudar o rival e estendeu a mão ao presidente adversário, dizendo que se precisar, o Atlético vai ajudar.
“O que o Felício precisar, é só pedir. Se estiver ao alcance do Atlético, vamos ajudar o Cruzeiro, nisso, incluo jogadores”.
O jornalista atleticano Ângelo Prazeres, se colocou à disposição até para comprar ingressos para ajudar o Cruzeiro no lado financeiro.
“Estou disposto a comprar ingresso nos jogos do Cruzeiro para ajudá-lo nas rendas. Quanto mais forte ficar, melhor pra nós: aí tem mais gosto sentar o ferro neles.”
Com toda a união dos atleticanos, Prazeres lança uma campanha para a Massa com o seguinte slogan: “Atleticano, ajude o Cruzeiro a não morrer”.
No mais, mesmo após a campanha com tom de ironia, o Atlético não ajudou o Cruzeiro, nenhum atleticano ajudou o rival. Foi apenas uma zoação, galhofa, tiração de sarro com a decadência do adversário.
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