O Atlético anunciou neste domingo a volta do técnico Cuca, que chega para a sua quarta passagem pelo clube. Campeão da Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil e Mineiro com o Galo, clube e treinador ainda tem cicatrizes na relação. Caso da Suíça ainda repercute em parte da torcida.
O treinador estava livre no mercado desde que saiu do Athletico-PR. E, apesar disso, as conversas entre Galo e Cuca só iniciaram nesta semana. Antes, o foco do Galo era em outros treinadores. O clube chegou a negociar com Luís Castro e consultou outros nomes como António Oliveira, Pedro Caixinha e Tite.
Em 2021, depois de viver o ano mágico com o clube mineiro, ser campeão do Brasileiro, Copa do Brasil e Mineiro, o treinador deixou o clube alegando problemas pessoais. A decisão pegou a todos do clube de surpresa. O Galo chegou a dizer que contava com o treinador para 2022.
“Cuca alegou motivos pessoais, de ordem familiar, e disse que sua decisão era irretratável, apesar das seguidas tentativas dos dirigentes em demovê-lo e buscar um caminho no qual fosse possível conciliar as questões particulares com o trabalho” – publicou o Galo à época em nota enviada a imprensa.
A saída pegou os donos do clube de surpresa e deixou uma cicatriz na relação entre clube e treinador. Apesar do retorno do técnico em 2O22 para terminar o ano e levar o clube à Libertadores – foram seis meses de trabalho e saída em comum acordo antes do início de 2023 – parte da direção do clube ainda sente a saída repentina de 2021.
E esta não foi a primeira vez. Em 2013, após ser Campeão da Libertadores com o Galo e levar o clube ao Mundial, Cuca decidiu sair do Atlético, após proposta milionária da China (Shandong Luneng).
Com o acerto, Cuca retorna ao Galo para sua quarta passagem. Treinador mais vencedor da história do clube, ele terá a missão de colocar o time novamente na disputa da Libertadores e encerrar de vez a desconfiança de saída antes do fim do contrato.
Em 2025, Galo disputará Sul-Americana, Brasileiro, Copa do Brasil e Campeonato Mineiro. A reapresentação do clube está marcada para dia 8 de janeiro, e a tendência é que o treinador esteja no comando da equipe.
Fim de processo na Suíça
Em 2023, Cuca deixou o Corinthians depois de apenas dois jogos, citando pressão da torcida. Ele foi alvo de protestos de parte dos torcedores do Timão, que não aceitaram a contratação de um então condenado por estupro em 1989, na Suíça. A diretoria dizia acreditar na inocência do treinador, que assim sempre se declarou.
Em janeiro de 2024, o Tribunal Regional de Berna-Mittelland, na Suíça tornou pública a decisão em que anulou o caso contra Cuca, que em 1989 havia sido condenado pelos crimes de coação e ato sexual com menor – ocorridos em 1987, durante uma excursão do Grêmio pela Europa.
A decisão do Tribunal – que não entrou no mérito da questão, portanto não inocentou Cuca – concordou com o argumento apresentado pela defesa do ex-jogador. Ela defendia a anulação alegando que o julgamento de 1989 se deu à revelia, sem que o réu estivesse presente e sem que seus advogados pudessem defendê-lo. O ainda repercute em parte da torcida.
– Hoje eu entendo que deveria ter tratado desse assunto antes. Estou aliviado com o resultado e convicto de que os últimos oito meses, mesmo tendo sido emocionalmente difíceis, aconteceram no tempo certo e de Deus – declarou Cuca, por meio de uma nota distribuída por sua assessoria.
O caso teve início em 1987, quando o Grêmio fazia excursão pela Europa. Cuca e outros três atletas foram detidos com a alegação de terem tido relações sexuais com a garota sem consentimento.
Segundo a investigação da polícia local, a jovem se dirigiu com amigos ao quarto dos jogadores do Grêmio. Os atletas, então, a puxaram para dentro e a abusaram.
Os quatro ficaram cerca de um mês presos antes de voltarem ao Brasil. O julgamento aconteceu só dois anos depois. Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência. Fernando foi absolvido da acusação de atentado ao pudor e condenado por estar envolvido no ato de violência. Cuca sempre negou a acusação.
*com informações do site GLOBO ESPORTE
Os comentários estão fechados.