Foto: Fred Ribeiro / GE

O Atlético ainda trabalha para que a proposta vinculante da SAF seja concretizada. As conversas seguem entre Bruno Muzzi (CEO do clube) e Rafael Menin (integrante do órgão colegiado) com Peter Grieve, um empresário norte-americano líder de um fundo de investimento, que tem sua equipe composta por advogados brasileiros. As reuniões são semanais e virtuais.

Havia uma intenção do Galo de já apresentar a proposta finalizada – com detalhes de “valuation”, divisão de cotas e obrigações do investidor – para o Conselho Deliberativo entre fevereiro e março. Entretanto, o prazo será ditalado. O clube trabalha com a ideia de fechar o processo, agora, até o fim de maio.

Além de Peter Grieve, há outros fundos internacionais de olho na SAF do Galo, e a proposta não vinculante assinada não contém exclusividade. Mas ele é o favorito a liderar o futuro sócio majoritário do clube empresa. Alguns pontos seguem em aberto.

É certo que a Arena MRV e a Cidade do Galo serão explorados pela Sociedade Anônima que o Atlético irá constituir, até porque são patrimônios diretamente ligados ao departamento de futebol. Mas não está decidido se a propriedade dos dois bens serão transferidos para a SAF. Caso aconteça, naturalmente o valor da negociação dá um salto grande.

As tratativas giram em torno de 51% da SAF do Atlético no valor de R$ 800 milhões. Caso o “tijolo” entre – que é a inclusão do futuro estádio e do CT -, a exigência do Galo é de acréscimo na “valuation” de maneira proporcional ao valor dos patrimônios. A Arena MRV, por exemplo, vale algo próximo a R$ 1 bilhão. A Cidade do Galo varia entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões.

O Galo convive com uma dívida bruta elevadíssima, acima de R$ 1,4 bilhão. A parte onerosas, que são empréstimos bancários, também teve crescimento nos últimos meses. O clube ainda depende de recorrer aos bancos para conseguir novos recursos, ou antecipação de receitas. Um caminho adotado foi ter vendido 24,95% do Diamond Mall por R$ 170 milhões, e recebido uma proposta de R$ 165 milhões pelos 24,95% restantes.

A ideia da SAF do Atlético é trocar o endividamento que o clube tem com a família Menin por cotas da sociedade, na casa de 10%-13%, com o clube-associação mantendo quase 40% das ações, tendo capacidade considerável de representação (e votos) no conselho de administração que será formado.

A transformação do Atlético em SAF ainda é um caminho de médio/longo prazo, que irá ocorrer no início do segundo semestre de 2023. A ideia é já abater boa parte da dívida onerosa numa primeira entrada de injeção de dinheiro, assim como ter investimentos em prazos mais curtos na construção da equipe profissional. O fundo de investimentos de Peter Grieve terá como modelo a captação de recursos no mercado internacional.

FONTE DA MATÉRIA: GLOBO ESPORTE

22 de março de 2023
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