Em 2007, quando a internet ainda caminhava a passos lentos no Brasil, o vídeo de uma criança de apenas 5 anos de idade ‘viralizou’ no Youtube, ao ser visto por mais de 1,5 milhão de pessoas. Com a camisa do Fluminense, o garoto cobrava faltas com a força e precisão de alguém bem mais velho, e mostrava habilidade incomum para a sua idade. Quatorze anos depois, a criança cresceu, teve experiência na Europa e volta ao país para vestir a camisa do Atlético.

Nascido em 2002, em Niterói-RJ, Kalani Almeida tem, hoje, 19 anos de idade. E acredite se quiser, a história no futebol começou a ser trilhada há 16. Quando tinha apenas 3 anos, o pai, Luiz Almeida, responsável pela escolinha do Fluminense em Pendotiba (bairro de Niterói), o colocou para fazer o primeiro teste com garotos sub-5 (categoria Mamadeira).

“O diretor me disse que, caso ele ficasse em campo molenga, meio que precisando de uma babá, ele não seria inscrito, porque atrapalharia o restante da meninada. Só que ele, em vez de ficar de bobeira, puxou os treinos, virou o destaque do time. Isso foi crescendo, crescendo, até um dia que eu filmei os dribles e coloquei no Youtube”, disse Luiz ao ge, em 2008.

O vídeo viralizou, rendeu inúmeras reportagens e ultrapassou fronteiras para chegar à Europa. Duvidando da veracidade dos lances, uma emissora de TV da Alemanha chegou a vir ao Brasil para conhecer a história de Kalani. Se surpreenderam, contou o pai.

Do Fluminense para a Europa

Com 5 anos, Kalani fazia parte do time mirim do Fluminense nas quadras e, paralelamente, atuava no campo pelo Sport Club Brazil, clube de Niterói por onde passaram jogadores como Reinier, do Flamengo, e os tricolores João Pedro e Marcos Paulo. Até que, em 2016, quando estava no sub-13, veio o convite para se mudar para a Europa, e ele partiu com a família.

Kalani Almeida pelos juniores da Associação Naval, de Portugal — Foto: Divulgação

Jogou primeiro na Espanha, e, em 2017, com 15 anos, seguiu para Portugal, onde atuou pelo Naval 1893 (3ª divisão nacional) e pelo Boavista, seu último clube.

As atuações na base fizeram o garoto ser convidado para participar da pré-temporada do time profissional do Boavista. Ele chegou a entrar em campo em um amistoso, contra o Tondela, quando sua equipe goleou por 4 a 1.

Na última temporada, pelo sub-23, Kalani disputou 19 jogos e marcou três gols. Além disso, o meia foi escolhido em uma votação popular para o “time ideal da Liga Revelação Sub-23”, realizada por um perfil especializado nas divisões de base de Portugal.

Kalani de Almeida pelo Boavista, de Portugal — Foto: Divulgação

“Agora as portas do Clube Atlético Mineiro me foram abertas. Um gigante do futebol nacional. Estrutura europeia. Camisa linda. Já estou apaixonado. Como diz no hino “Lutar, lutar, lutar… pelos gramados do mundo pra vencer” – escreveu Kalani em uma rede social.

De Boavista para Belo Horizonte

Kalani assinou contrato com o Atlético no início da semana. Ele já foi regularizado e vem treinando com a equipe sub-20, na Cidade do Galo.

Depois de quatro anos fazendo minha base em Portugal, agora vou encarar esse desafio no Brasil, com o Atlético, um dos maiores clubes do Brasil. Estou impressionado com a Cidade do Galo, um Centro de Treinamento europeu, estrutura excelente, estou empolgado e muito feliz por essa chance nesse clube gigante e de tradição – disse.

A multa rescisória, caso seja procurado por um clube do exterior, é de cerca de 50 milhões de euros, pouco mais de R$ 300 milhões.

Multa é proteção, não expectativa

Apesar da empolgação da torcida pelo histórico, o Atlético adota cautela com o nome de Kalani. A própria multa rescisória, por exemplo, não tem tanta relação com a expectativa por rendimento acima da média, mas sim com um mecanismo de proteção adotado frequentemente com atletas da base.

Rodrigo Caetano, diretor de futebol do Atlético-MG — Foto: Pedro Souza/Atlético-MG

“Existe um padrão para multa dentro do país, que são duas mil vezes o que o atleta recebe na sua remuneração. Para fora dela, cada clube escolhe a sua forma, isso não tem regra. Tem atleta jovem de base que nós procuramos ter a segurança necessária. É por isso. Não tem relação com qualidade, com expectativa, mas sim com o padrão de proteção a um possível ativo do clube – explicou Rodrigo Caetano ao programa Donos da Bola.

FONTE DA MATÉRIA: GLOBO ESPORTE – LINK

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04 de setembro de 2021
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